Tanta Estrelinha

Há vários anos que não vinha passar uns dias ao Alentejo. Simpática Vila de Montemor-o-Novo. Parece cliché, mas a casa da avó é mesmo um refúgio!
Finalmente tirei uns dias de férias (ou melhor, obrigaram-me...felizmente) e vim até aqui. Fico por casa da minha avó e vivo à grande. Faço pouco mais que a ajuda necessária e relaxo aquilo que não relaxo há vários anos. Deito-me tardíssimo, levanto-me a horas pouco católicas...sabe bem cometer uns excessos de quando em quando. Por falar em excessos...julgo que a minha avó poderia lançar um livro de receitas! Esta senhora cozinha excelentemente bem e eu aproveito para repôr uns quilinhos que deveria ter e não tenho. Sabe bem estar aqui. Há calma, há sossego...ficava aqui durante mais tempo, se pudesse!
Venho cá desde miudo, têm esta propriedade há cerca de 15 anos, o que fará com que eu venha cá desde os, mais ou menos, 8 anos! Oh tempo...longas corridas dava eu! Passeava com os gatos, via as vacas, os carneiros, os patos, as galinhas...fui atacado por um perú e perseguido por um pavão! Hoje isso não acontece mas tenho saudades!
Mas do que eu tenho mais saudades, e nem sabia, é das estrelas! Já nem me lembrava que havia mais do que meia dúzia de pontinhos no céu...esqueci-me que era um verdadeiro mapa. Ontem (ou hoje!) eram 0430 e eu estava no jardim a fumar o meu cigarro e o silêncio era avassalador, mas num bom sentido. Apenas era interrompido, ao fundo, por um grilo ou dois...mais ao fundo uma vaca ou um badalo, um carneiro a balir e um pavão a chamar pela "Milúúúú". E essa é uma das minhas duvidas existênciais, será o pavão um eterno frustado sempre a chamar pela Milú e ela não vem? - Enfim...aqui até tenho tempo para divagar sobre o grito do pavão. Sorrio
Aí decidi-me a ficar por aqui...não fosse o trabalho, não fosse a faculdade...
Eu gostava era de perder uns quililinhos...