Só benefícios
Os pedidos são centenas. As necessidades milhares. As respostas acima do pedido, mas abaixo do necessário.
Todos os anos nas épocas festivas, como Natal e Páscoa, e pela altura do Verão vê-se spots publicitários na T.V. e, ao longo de todo o ano, em jornais, outdoors e até "grafitado" em comboios. Isto sem falar dos óbvios cartazes espalhados por Hospitais, Centros de Saúde e clínicas, assim como pelos estabelecimentos de Ensino.
Continuo sem perceber o que leva as pessoas a acharem o seu contributo como que indiferente para um banco de sangue de Hospitais e do Instituto Português do Sangue (IPS). Por ser longe não é de certeza já que o IPS se desloca às Escolas e Faculdades e há centros móveis que de volta e meia param na nossa àrea de residência.
Eu dou sangue há 4 anos! Ajudo, gosto e sinto-me bem. Não digo isto para ser elogiado, sou apenas mais um entre muitos e o meu tipo de sangue é o mais comum, por isso o meu contributo nunca será tão valioso como o de um portador se sangue raro. Mas digo isto porque sei e posso mostrar a importância e os benefícios que um pequeno saquinho com apenas 450ml (cada pessoa tem 5 a 6 litros de sangue) pode conter. Esta contribuição não só poderá salvar a vida a desconhecidos, não servirá só para os "outros" porque não é só "nos outros" que já acidentes e intervenções. Muito pelo contrário, além de também nos ser útil nessas situações, é igualmente favorável para o nosso bem estar e saúde. Enuncio, muito sucintamente aspectos positivos em ser dador de sangue:
- Renovação do sangue;
- Análises ao sangue a doenças como VIH/Sida e Hepatite B, por colheita;
- Prioridade do dador em caso de necessidade de transfusão;
- Isenção de taxas moderadoras;
- Direito a mais 2 ou 3 dias de férias por ano;
- Lanchinho antes e depois do procedimento.
As partes da análise a doenças e prioridade na transfusão são as que mais me agradam. Juntando-as às restante mais o estar a ajudar sem que me custe...sinto-me bem.
Já ouvi variadas desculpas para não darem sangue. Temos as mais comuns como : "Tenho medo de agulhas", "não gosto de ver sangue", "não tenho peso suficiente" ou "tenho a tensão baixa". São mais usados pelas senhoras mas os senhores (tirando a do peso) também as aplicam. A do peso é engraçado porque quando inquiro sobre o conhecimento do peso mínimo, ao referirem esta desculpa, a resposta é nehuma. Ficam a saber que é 50kg. Se tiverem menos sugiro acompanhamento médico porque menos um bocadinho e nem o periodo têm.
A da tensão baixa também é gira...facto é que ninguém sabe os valores que costuma ter ("é baixa", insistem), nem os valores minimo e máximo requeridos (insistem"a minha é baixa"). A minha também é, a médica relembra-me sempre que lá vou e só fui recusado uma vez porque estava mesmo muito baixa (Verão e dia de oral!).
Mas também já ouvi as mais imaginativas e absurdas como: "sei lá o que é que eles fazem como meu sangue...clones!?", "não quero ter o meu ADN noutra pessoa", "eu tenho pouco sangue" ou "sei lá se não me injectam um chip quando espetam a agulha"...sem comentários.
Resumo as condições:
- Ter mais de 50 kg;
- Ter entre 18 a 65 anos;
- De 3 em 3 meses para os homens e de 4 em 4 meses para as mulheres;
- Não ter feito tatuagens e/ou piercings nos últimos 12 meses;
- Não ter viajado para países tropicais nos últimos 6 meses.
Haverá outras, mas para isso é que há uma entrevista médica antes da colheita.
Não censuro que não dêem sangue...mas não compreendo o porquê. Aceito e respeito quando há reais impossibilidades físicas ou psicológicas. Mas abomino quem não é honesto e não é capaz de dizer "Eu não dou porque não quero". Não inventem desculpas.
Há quem precise, vocês podem vir a precisar alguém querido pode estar a precisas...não custa, DÁ SANGUE! E já agora, entra no banco de doadores de medula...
Dói muito?