Exercício de perspectiva:
Coloquemo-nos do ponto de vista de uma raça alienígena (hipotética) e observemos o planeta Terra:
Que estranhas criaturas e tão interessantes deambulam por ali! Olha como se divertem, a viajarem de uma lado para o outro, a falajarem, ou quietinhos e entretidos com as suas televisõesinhas e os seus livrinhos!
OH! Reparem nas técnicas de sobrevivência que utilizam uns contra os outros, na forma como se relacionam entre eles. Já viste como os que detêm mais força subjugam os que detêm menos? Deve ser um mecanismo de reprodução da sua espécie, uma forma de garantirem que os melhores de entre os melhores assegurarão a continuidade (estes seriam aliens darwinistas). Mas como não se apercebem eles de que aquilo por que batalham é tão pouco significante? O que os impele a agirem na ignorância do que os rodeia, a olharem para si mesmos e evitarem o contacto com o exterior? Se eles soubessem...
De facto, coitadinha da formiguinha que labuta dirariamente sem saber que todo o universo que conhece é nada mais que um vaso onde cresce uma boganvília. Que importa realmente? Que a formiga cumpra o seu objectivo e encha o formigueiro de provisões, ainda que o vaso venha a ser destruído antes de o Inverno chegar? Ou que a disposição do mesmo vaso se enquadre melhor junto à janela de uma qualquer sala do que na cozinha? Ou talvez importe apenas que daqui a uns milhões de anos nem formiga, nem vaso, nem sala existirão?
Esta perda de importância das coisas consoante a perspectiva sob a qual as observamos chama-se relatividade. Esta relatividade é tão importante e necessária quanto a relevância das questões que nos colocamos diariamente. As respostas que poderemos dar serão válidas apenas para quem se encontre na mesma posição que nós. É por isso que não há soluções finais para a maioria dos assuntos, por isso que as pessoas discutem, por isso que expresso a minha opinião num blog. Sendo a natureza de cada uma das opiniões irrelevante, porque não absoluta e, como tal, não válida para todos, a necessidade da sua formulação deixa transparecer, no entanto, possíveis razões para a sua constante formulação e expressão.
Por que guerreia o Homem?
Uma possível resposta seria porque cada indivíduo se encontra na sua própria posição, analisa o mundo de uma forma subjectiva, e utiliza critérios diferentes na forma como age. Isto "cega-o" para o facto de haver a possibilidade, ou mesmo a certeza, de ele próprio estar errado. Como cada um de nós tende a lutar por aquilo em que acredita, alguns de nós lutarão entre si, outros lutarão contra si mesmos, e o Homem fará a guerra até ao fim dos seus tempos.
Cuidado com os erros...